Com Redação Gestos (Fotos: Felipe Carnaval)
Nos dias 26, 27 e 28 de março, Recife recebeu o Inception Meeting do Civil 20 (C20) Brasil. Reunindo a sociedade civil organizada de ao menos 60 países e 2.100 entidades, o encontro transformou a capital pernambucana no epicentro das discussões sobre estratégias de incidência política para incidir no grupo das 20 maiores economias globais, o G20.
Este ano, sob a coordenação da Gestos e presidido pela a Associação Brasileira de ONGs (Abong), o C20 Brasil enfrenta desafios complexos. A cidade de Recife, com sua vulnerabilidade às mudanças climáticas, foi escolhida como o local ideal para sediar o encontro inaugural e estabelecer as estratégias do grupo de engajamento, visando apresentar formalmente suas recomendações aos governos do G20, em julho de 2024, com foco na construção de um novo arcabouço econômico global, justo, equitativo e antirracista.
No primeiro dia, o evento foi aberto e foi transmitido ao vivo pelo Youtube. A programação foi disposta em dois turnos (manhã e tarde) com mesas redondas formados por representantes de organizações da sociedade civil e integrantes dos grupos de trabalho do C20.
A mesa de abertura foi composta pelo presidente do C20, Henrique Frota; pela Sherpa do C20, Alessandra Nilo e pela vice-governadora Priscila Krause, além de representantes de outros grupos de engajamento e dos ministérios do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, das Mulheres e da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Para Henrique Frota, presidente do C20 e diretor da Abong, o encontro foi um momento chave das rodadas anuais. “O Inception Meeting cumpriu dois objetivos pois, além de ser um primeiro debate público do C20 e deu o tom do que serão as prioridades da sociedade civil neste ano, além de reunir presencialmente os e as co-facilitadores/as dos nossos 10 grupos de trabalho, e o Comitê Internacional, nos permitindo realizar nosso planejamento estratégico até novembro, quando ocorre a cúpula de líderes aqui no Brasil.”, complementa.
“O G20 chega ao Brasil em um momento muito particular da história da sociedade como um todo, pois ele chega no momento de múltiplas crises [econômica, social e climática]; mas o G20 já foi criado para resolver crises financeiras que nunca conseguiu resolver (muitas vezes criadas pelos próprios países membros do G20)”, comentou a sherpa do C20, Alessandra Nilo.
“O C20 desempenha um que considero vital na busca por soluções, garantindo que as vozes da sociedade civil sejam ouvidas e levadas em consideração durante as reuniões do G20. E também para que as políticas e decisões globais reflitam os interesses das cidades, das pessoas, em todos os cantos do mundo”, Silvio Almeida, ministro de Direitos Humanos e Cidadania, em vídeo apresentado no primeiro dia. Já o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República do Brasil, Márcio Macêdo, reconheceu a importância do C20 no processo de incidência no G20.
Ao longo de toda a programação do primeiro dia, os debates giraram em torno de temas como a integração entre questões globais e realidades locais, a importância da participação da sociedade civil na tomada de decisões e a necessidade de propor soluções concretas para múltiplos e complexos desafios globais.
Nos dias 27 e 28, as reuniões dos grupos de trabalho foram internas.